Conversas Cruzadas: Debate com Ciro Gomes - Final

   

Rodrigo Constantino

 

Published on Apr 26, 2008

Ciro enrolando, para depois concluir que o crescimento depende do governo. Ciro faz uma afirmação esdrúxula, de que não há poupança nos Estados Unidos e eles crescem apenas porque imprimem o dólar. Ora, Ciro confunde fluxo com estoque. Os americanos gastam mais do que recebem por ano, mas sentam em cima de ativos, líquido de dívidas, da ordem de $ 60 trilhões. Isso não é poupança? Além disso, Ciro ignora que o mundo não é obrigado a aceitar o dólar, e se o faz, é por algum motivo racional: há mais segurança institucional nos EUA. Ciro acredita que a coordenação para o desenvolvimento é obra de poucos burocratas "clarividentes". Ele desconhece que o mercado, uma ordem espontânea de milhões interagindo em busca dos próprios interesses e com conhecimento disperso, é infinitamente superior para gerar prosperidade, como a história atesta. Para Ciro, a América é a locomotiva do mundo por causa do gasto público militar! Se cada governo do mundo torrar bilhões dos contribuintes em ogivas nucleares, Ciro pensa que serão ricos como os EUA.

Ciro acha que a liberdade de trocas é sinônimo de transformar gente em bode. Não entende que é o contrário: os bodes é que são guiados pelo dono, enquanto os seres humanos são racionais e devem ter a liberdade de escolher, algo que Ciro parece abominar. Para piorar a situação, Ciro acha que a dengue no Rio é culpa do corte do CPMF!!! Eu confesso que desejei um Engov nessa hora. Ciro diz que o esmolão que compra votos é questão de "segurança alimentar". Ora, essa turma tem comprado é celular e eletrodomésticos com a montanha de dinheiro tirada do pagador de impostos! Ciro não entende que os países escandinavos ficaram ricos A DESPEITO do tamanho do governo, não por causa dele. Isso sem falar que contam com muito mais liberdade econômica que o Brasil, um país bem mais socialista. Por fim, usei o argumento irrefutável das duas Alemanhas, provando que esse papo de educação como panacéia não cola. Governo dirigista, com planejamento central como Ciro defende, não prospera. O Brasil precisa é de liberdade econômica, possível através de uma drástica redução do governo, algo que o deputado Ciro não só acha inviável, como não deseja.